Desbravar e Desfrutar: O equilíbrio que sustenta negócios resilientes

7.6.2025

Desbravar e Desfrutar: O equilíbrio que sustenta negócios resilientes

7.6.2025

Desbravar e Desfrutar: O equilíbrio que sustenta negócios resilientes

7.6.2025

Ambidestria - 1 - Desbravar e Desfrutar: O equilíbrio que sustenta negócios resilientes

7.6.2025

Desbravar e Desfrutar: O equilíbrio que sustenta negócios resilientes

Desbravar e Desfrutar: O equilíbrio que sustenta negócios resilientes

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Negócios resilientes não sobrevivem apenas otimizando processos ou cortando custos. Eles equilibram o que funciona hoje com o que precisa ser testado para amanhã. O artigo apresenta a lógica da Ambidestria Empresarial — ou, em bom português, saber desbravar sem deixar de desfrutar. Uma leitura provocadora sobre como manter a relevância em cenários incertos, com exemplos práticos e caminhos viáveis para começar pequeno, aprender com os erros e sustentar a inovação no longo prazo.

Se uma empresa brasileira tem mais de 10 anos, ela já passou por mais de uma crise econômica, sobreviveu a trocas de governo, reformas tributárias e trabalhistas, surtos de inflação, explosão no câmbio e claro, uma pandemia horrível. É bizarro.

Aqui ou você aprende a importância de se adaptar, ou já era.

O que complica é que adaptar volta e meia significa só cortar gastos e enxugar equipes, mas dificilmente envolve olhar pra frente - e isso nem é uma grande novidade.

Mas é aqui que entra um conceito que vem de uma base teórica, só que é extremamente prático e bem urgente: Ambidestria Empresarial (que é equilibrar explorar e explotar).
Ou como achar a analogia mais didática: desbravar-desfrutar.

Desfrutar: manter e otimizar o que funciona

Toda empresa precisa de processos sólidos, operação enxuta e previsibilidade de resultados. Esse desfrutar não é ficar sentado e passivo, mas sim garantir que o que já existe funcione bem. Aqui estão os times que controlam qualidade, reduzem custos, mantêm a operação de pé e fazem a engrenagem girar — os Realizadores.

E é tentador focar só nisso. O problema é que, quando o mundo muda (e no Brasil, ele muda o tempo todo), fazer apenas o que você sabe fazer pode se tornar o caminho mais curto para perder relevância.

Empresas que ficam só no modo “manutenção”, acabam jogando contra o próprio futuro.

Tristes casos que ilustram a importância da ambidestria,

Desbravar: criar o que pode funcionar amanhã

Desbravar não é só criar novos produtos ou investir em tecnologia de ponta.
Melhorar o que já existe é desbravar também.

Descobrir oportunidades escondidas na relação com seus clientes, identificar gargalos operacionais que se tornaram invisíveis na rotina ou repensar como atrair e reter talentos em uma geração que busca mais do que salário e estabilidade definitivamente é desbravar.

Testar o novo de forma contínua, mesmo com poucos recursos, foi fundamental para várias empresas e marcas fortes da atualidade. Alguns fazem isso em áreas pequenas mesmo, sem grandes times e com orçamentos bem controlados — distantes dos hypes, trends e posts glamurosos.

É um tipo de iniciativa que não nasce para virar vitrine. Nasce para resolver problema.

Esse modelo de inovação pragmática e com os pés no chão aparece em organizações colossais como uma Amazon, Bosch e Embraer, mas também em hospitais, contadores, advocacias ou mesmo fábricas, fazendas e franquias de menor porte.

A Ambidestria Empresarial é justamente equilibrar a capacidade de manter e aprimorar o negócio atual enquanto testa novas frentes de negócios ou produtos sem que uma frente sufoque a outra.

Eles seguem uma mescla de expectativas em retornos de curto e/ao longo prazo.
Testam ideias e descobrem se deu certo ou não e, quando o mercado não está pronto ainda, cozinham em banho maria até que o momento seja propício (vide exemplos como Prime Video ter esperado quase 15 anos para ganhar a relevância esperada e a Embraer há anos está trabalhando no tal 'Carro Voador').

Saber equilibrar esses pratinhos é bem a cara do Brasil edo Brasileiro.

Por aqui temos:

  1. Hospitais de referência com núcleos que unem médicos, cientistas, gestores e tecnologia para resolver desafios de forma integrada.
  2. Empresas de logística testam rotas, modelos de entrega e sistemas de monitoramento com parceiros menores.
  3. Grupos de alimentação tradicional, com décadas de estrada, têm experimentado modelos de venda direta ou digitalização de canais.
  4. Indústrias de médio porte que estão criando unidades separadas para testar novas soluções sem colocar em risco o que ainda mantém o faturamento.
  5. Escritórios de advocacia que estão implementando inteligência artificial para otimizar consultas ao histórico de décadas de processos ganhos.

Não lembro de ter visto um grande anúncio cheio de pompas sobre o lançamento dessas iniciativas. Na real é mais uma postura de sobrevivência ativa: não basta manter, é preciso evoluir independente de tempos fáceis ou difíceis.

Por onde começar?

O primeiro passo é reconhecer que desbravar e desfrutar são atividades complementares, não concorrentes. Só de ter isso no radar e entender que negócios fortes no presente não são, automaticamente, negócios preparados para o futuro, já é um ponto de valor.

O quanto antes se iniciar um plano para aprender a Desbravar e começar a desenvolver essa ambidestria, melhor.

Livros como Loonshots, Obsessão pelo Cliente, e The Invincible Company ajudam a entender essas abordagens - que não simplificam ou reduzem a complexidade do tema.

É importante entender que essa área é tão estratégica e importante como setores de Finanças, Operação e Vendas.
A sacada é que no começo ela não precisa ter o mesmo peso (talvez nunca preciseter). Ela pode começar pequena, com um passo de cada vez e, conforme os frutos surgem, mais atenção recebe.

Iniciar com dois ou três projetos leves ou um programa piloto de intraempreendedorismo podem ser as formas mais práticas para iniciar esse movimento exploratório sem precisar de investimentos pesados logo de inicio.

Mas depois que se sabe da importância desse tema, é hora de começar a mapear quem seriam as pessoas da equipe atual que tem um perfil explorador - porque iniciar um departamento do zero com pessoas desconhecidas pode causar danos irreparáveis.

Conforme os resultados aparecem, as coisas vão ganhando vida. Primeiro no laboratório, depois uma pequena operação com dedicação parcial da equipe, então com um cliente de confiança, depois alguns outros clientes e, em algum momento, temos um novo negócio em operação.

The Invincible Company
Loonshots: Como cultivar ideias inovadoras capazes de mudar o mundo
Obsessão pelo Cliente