Design Enxuto: a inovação raiz

6.8.2023

Design Enxuto: a inovação raiz

6.8.2023

Design Enxuto: a inovação raiz

6.8.2023

Artigo #08 | Design Enxuto: a inovação raiz

6.8.2023

Design Enxuto: a inovação raiz

Design Enxuto: a inovação raiz

Temporada
1
Episódio
8
As pesquisas de médio e longo prazo (como P&D) são fundamentais para os avanços e as revoluções tecnológicas, porque algumas inovações demandam investimentos robustos e longos períodos de maturação. Por outro lado, a maioria das startups, pequenas e médias empresas do Brasil não possuem acesso a esses níveis de investimentos. Para quem não tem rios de dinheiro, não pode esperar muito tempo e/ou não possui margem para erros, o Design Enxuto é uma alternativa muito mais alinhada para inovar.

Desafios para a inovação no Brasil

Poucas empresas podem se dar ao luxo de investir enormes quantias de dinheiro e realizar até mesmo décadas de pesquisas até obter resultados concretos.

O Microsoft Bing demorou cerca de 15 anos até atingir um nível razoável de competitividade com a ferramenta de busca do Google.

Outro exemplo clássico do Brasil, as tecnologias desenvolvidas pela Petrobrás para a exploração do Pré-Sal são resultado de décadas de investimentos em P&D.

Esses investimentos acontecem na casa dos bilhões, mas se você não pretende explorar petróleo em camadas profundas nem competir diretamente com o Google, você não precisa chegar nesse nível para começar a inovar dentro da sua empresa.

Por que e como antecipar a validação

O Design Enxuto é uma abordagem focada em prototipagens e experimentações para acelerar o ritmo de validação das aprendizagens.

Em termos práticos, isso significa o oposto de desenvolver uma inovação guardada a sete chaves, ou realizar enormes investimentos e torcer para que dê certo.

Após a definição dos objetivos, desafios e grupo de trabalho do projeto, o Design Enxuto não espera até as etapas finais para colocar o produto à prova.

Os primeiros porcótipos* são avaliados muito antes das suas versões finais — de forma sigilosa e controlada —, para coletar as impressões de stakeholders: tanto especialistas quanto pessoas que se relacionam com os problemas que o projeto visa resolver.

*Porcótipos são protótipos que possuem fidelidade ambígua: ela é relativamente baixa com relação aos produtos finais, já que suas testagens são muito antecipadas, mas é alta com relação à forma em que são apresentados nas entrevistas, se parecendo com produtos prontos.

Não precisa ser um número muito grande de pessoas, geralmente de 7 a 10 já é o suficiente. Nesse momento a qualidade da validação é mais importante do que a quantidade, e por isso é fundamental saber para quem estamos direcionando nossas soluções. Quando mais nichado no começo, melhor.

Esses feedbacks antecipados criam uma dinâmica acelerada de validação das hipóteses e dos requisitos do projeto, deixando as elaborações mais trabalhosas e detalhadas para depois — com saberes e direcionamentos muito mais precisos.

Prototipagem de cadeira Tetu @Valter Costa Lima e @Primata Criativo


Essa foi uma das principais transformações que realizamos nos últimos anos na Primata, após sofrermos bastante com um problema muito comum no mundo do Design: o projeto ficar indo e voltando até ser finalmente aprovado, para então seguir para as testagens e validações.

Logo cedo nós percebemos que essa etapa sempre gerava ideias riquíssimas para o projeto, e inclusive chegava a reformular algumas das premissas iniciais. Por que, então, não a aproveitar de antemão?

Essa antecipação não elimina as validações das etapas finais do projeto, mas para além do ganho de tempo, ela fornece bases muito mais seguras e eficientes para a continuidade do projeto, antecipando a identificação de possíveis erros e consequentemente diminuindo os riscos envolvidos.

Para saber mais sobre todo o nosso processo de Design, dê uma olhada no artigo sobre PriMétodos.

Inovação Raiz

Chamamos o Design Enxuto de “inovação raiz” porque ele é focado na criatividade, uma característica famosa do brasileiro que infelizmente é potencializada também por conta dos problemas que enfrentamos.

O importante aqui é saber que não precisa acertar de primeira, porque a inovação não precisa ser algo arriscado — muito pelo contrário —, e ela também não vai surgir como uma fórmula mágica.

Quando pensamos no Design Centrado em Humanos, mesclamos esse aspecto incremental do Design — das testagens, experimentações e validações que comentamos acima — com técnicas de Design Participativo e codesign.

Através dos métodos, técnicas e ferramentas certas, podemos potencializar a criatividade da equipe do projeto, evocando a essência criativa de todos nós, Primatas.

Ao invés de inovar com uma única “ótima ideia” — que pode dar certo ou não —, é possível gerar literalmente centenas de ideias em poucas horas de trabalho, com uma diversidade incomparável.

Depois que essas ideias são selecionadas, lapidadas e transformadas em porcótipos, as inovações podem ser validadas — como mostramos lá em cima — sem precisar mexer em grandes estruturas de gestão, engenharia ou afins. Exemplos:

  1. Se pretende oferecer um novo produto caro para construir um MVP, elabore um material de vendas para descobrir se os features realmente teriam apelo e o mercado teria interesse (chamados smoke tests);
  2. Se quer fazer uma nova embalagem, um "gêmeo digital" inserido em um catálogo — com produtos reais — pode ser útil para validar sabores ou testar argumentos da embalagem;
  3. Antes de construir um móvel no material final, um protótipo feito em papelão ou isopor pode ajudar a descobrir proporções ou falhas ergonômicas rapidamente;
  4. Para descobrir quais são os sabores de bolo preferidos pelo público, pode ser mais rápido e barato oferecer a degustação de dezenas de sabores diferentes de cupcakes, e ver quais acabam antes.

Cupcakes como experimento de validação de sabores de bolos preferidos.


Inovação Aberta e Intraempreendedorismo

A Inovação Aberta é uma ótima alternativa para aumentar a receita, reduzir custos e impulsionar o crescimento do negócio sem precisar realizar grandes investimentos nem sofrer riscos.

Essa abordagem pode ser realizada tanto internamente quanto através da colaboração com empresas, universidades e outras organizações para gerar novas ideias e produtos.

Fizemos esse Guia Prático (disponível em PDF, de graça 😉) para ajudar qualquer empresa que queira começar a construir um ecossistema de inovação, independentemente do tipo de indústria ou número de funcionários.

Nesse passo a passo didático, os riscos são calculados e as conquistas são visíveis em cada etapa, gerando benefícios no curto prazo. Aproveite! 😊

No items found.